(Álvaro de Campos, “Lisbon Revisited” (1926), Poesia, 65, p. 300)
30 abril 2011
66 anos do suicídio de Adolf Hitler (1945)
Até os meus exércitos sonhados sofreram derrota.
Etiquetas:
* Álvaro de Campos,
Alemanha,
Falecimento,
Guerra,
Heterónimos e afins,
Hitler,
Nazismo,
Suicídio
A função social da dúvida
A função do escol não é orientar, porque é duvidar, e com a dúvida não se orienta. A sua função é criar uma atmosfera de inteligência, de cultura livre, por meio da qual os fanáticos sintam o seu fanatismo mais atenuado, os seguros de si hesitem de vez em quando, os que trazem a verdade na algibeira vão de vez em quando verificar se ela está lá.
(Fernando Pessoa, Fernando Pessoa: O Guardador de Papéis, p. 258)
Etiquetas:
* Fernando Pessoa (ortónimo),
Cultura,
Elite,
Fanatismo,
Inteligência/Intelecto,
Verdade
28 abril 2011
66 anos da execução de Benito Mussolini pelos Partigiani (1945)
[...] se, por exemplo, um italiano [...] algures atacar [...] Mussolini como tirano da Itália, nada faz de ilícito, em nada ataca a sua pátria, antes, a seu modo, a defende; [...]
(Fernando Pessoa, “O nacionalismo liberal”, Ultimatum e Páginas de Sociologia Política, 83, p. 348)
Etiquetas:
* Fernando Pessoa (ortónimo),
Ditadura,
Falecimento,
Fascismo,
Guerra,
Itália,
Revolução/Revolta,
Tirania
26 abril 2011
25 abril 2011
Dia da Liberdade
[...] O amor cobarde que todos temos à liberdade — que, se a tivéssemos, estranharíamos, por nova, repudiando-a — é o verdadeiro sinal do peso da nossa escravidão. [...]
(Bernardo Soares, Livro do Desassossego, 167, p. 180)
Etiquetas:
Ditadura,
História de Portugal,
Liberdade,
Revolução/Revolta
23 abril 2011
395 anos da morte de William Shakespeare (1616) e, talvez, 447 anos do seu nascimento (1564)*
O homem está acima do cidadão. Não há Estado que valha Shakespeare.
* A data de nascimento de Shakespeare não é conhecida com exactidão, mas sabe-se que foi baptizado a 26 de Abril, sendo nessa altura habitual o baptismo ocorrer ao segundo ou terceiro dia de vida da criança; a tradição mantém que o escritor morreu no dia do seu 52.º aniversário.
Miguel de Cervantes morreu também a 23 de Abril de 1616, mas note-se que não no mesmo dia de Shakespeare: nessa altura a Inglaterra seguia ainda o calendário juliano, e não o gregoriano (adoptado no mundo católico em 1582), pelo que o autor inglês morreu 10 dias depois do espanhol (a 3 de Maio, segundo o calendário gregoriano).
A coincidência (aparente) das datas foi um forte incentivo (entre outros) para que o dia 23 de Abril fosse declarado Dia Mundial do Livro.
(Fernando Pessoa, Aforismos e afins, p. 64)
* A data de nascimento de Shakespeare não é conhecida com exactidão, mas sabe-se que foi baptizado a 26 de Abril, sendo nessa altura habitual o baptismo ocorrer ao segundo ou terceiro dia de vida da criança; a tradição mantém que o escritor morreu no dia do seu 52.º aniversário.
Miguel de Cervantes morreu também a 23 de Abril de 1616, mas note-se que não no mesmo dia de Shakespeare: nessa altura a Inglaterra seguia ainda o calendário juliano, e não o gregoriano (adoptado no mundo católico em 1582), pelo que o autor inglês morreu 10 dias depois do espanhol (a 3 de Maio, segundo o calendário gregoriano).
A coincidência (aparente) das datas foi um forte incentivo (entre outros) para que o dia 23 de Abril fosse declarado Dia Mundial do Livro.
Etiquetas:
* Fernando Pessoa (ortónimo),
Estado,
Falecimento,
Indivíduo,
Livros,
Nascimento
20 abril 2011
18 abril 2011
154 anos da publicação de O Livro dos Espíritos por Allan Kardec, fundador do Espiritismo (1857)
Tendo visto com que lucidez e coerência lógica certos loucos (delirantes sistematizados) justificam, a si próprios e aos outros, as suas ideias delirantes, perdi para sempre a segura certeza da lucidez da minha lucidez.
(Bernardo Soares, Livro do Desassossego, 430, p. 382)
Etiquetas:
* Bernardo Soares,
Heterónimos e afins,
Loucura,
Misticismo,
Religião
16 abril 2011
122 anos do “nascimento” de Alberto Caeiro (1889)
Não pretendo ser mais que o maior poeta do mundo. [...]
[...] No fundo sou o mesmo que Deus.
Nota: Como muitas datas na cronologia do universos pessoano, também a data de “nascimento” de Alberto Caeiro não é consensual: Abril de 1889 surge mais frequentemente, mas Thomas Crosse, o ficcionado inglês divulgador da obra de Caeiro, aponta-lhe o nascimento para Agosto de 1887 e a morte para Junho de 1915. (Thomas Crosse, Pessoa por Conhecer, vol. II, 388, pp. 439–440)
(Alberto Caeiro entrevistado por Alexander Search, Poemas Completos de Alberto Caeiro, p. 214)
[...] No fundo sou o mesmo que Deus.
(Alberto Caeiro, “Anarquismo”, Pessoa por Conhecer, vol. II, 325, p. 360)
Nota: Como muitas datas na cronologia do universos pessoano, também a data de “nascimento” de Alberto Caeiro não é consensual: Abril de 1889 surge mais frequentemente, mas Thomas Crosse, o ficcionado inglês divulgador da obra de Caeiro, aponta-lhe o nascimento para Agosto de 1887 e a morte para Junho de 1915. (Thomas Crosse, Pessoa por Conhecer, vol. II, 388, pp. 439–440)
Etiquetas:
* Alberto Caeiro,
* Alexander Search,
* Thomas Crosse,
Deus,
Heterónimos e afins,
Nascimento,
Poesia
13 abril 2011
Iconografia pessoana
«Ah, todo o cais é uma saudade de pedra!»*
Pintura de Carlos Calvet (1987)
Pintura de Carlos Calvet (1987)
* (Álvaro de Campos, “Ode Marítima”, Poesia, 18, p. 108)
Etiquetas:
* Álvaro de Campos,
Heterónimos e afins,
Iconografia
11 abril 2011
78 anos da entrada em vigor da Constituição de 1933 (Estado Novo)
POEMA DE AMOR EM ESTADO NOVO
Tens o olhar misterioso
Com um jeito nevoento,
Indeciso, duvidoso,
Minha Marta Francisca,
Meu amor, meu orçamento!
A tua face de rosa
Tem o colorido esquivo
De uma nota oficiosa.
Quem dera ter-te em meus braços,
Ó meu saldo positivo!
E o teu cabelo — não choro
Seu regresso ao natural —
Abandona o padrão-ouro,
Amor, pomba, estrada, porta,
Sindicato nacional!
Não sei por que me desprezas.
Fita-me mais um instante,
Lindo corte nas despesas,
Adorada abolição
Da dívida flutuante!
Com que madrigais mostrar-te
Este amor que é chama viva?
Ouve, escuta: vou chamar-te
Assembleia Nacional
Câmara Corporativa.
Como te amo, como, como,
Meu Acto Colonial!
De amor já quase não como,
Meu Estatuto de Trabalho,
Meu Banco de Portugal!
Meu crédito no estrangeiro!
Meu encaixe-ouro adorado!
Serei sempre o teu romeiro...
Pousa a cabeça em meu ombro,
Ó meu Conselho de Estado!
Ó minha corporativa,
Minha lei de Estado Novo,
Não me sejas mais esquiva!
Meu coração quer guarida
Ó linda Casa do Povo!
União Nacional querida,
Teus olhos enchem de mágoa
A sombra da minha vida
Que passa como uma esquadra
Sobre a energia da água.
Que aristocrático ri,
O teu cabelo em cifrões —
Finanças em mise-en-plis!
Meu activo plebiscito,
Nunca desceste a eleições!
Por isso nunca me escolhes
E a minha esperança é vã.
Nem sequer por dó me acolhes,
Minha imprevidente linda
Civilização cristã!
Bem sei: por estes meus modos
Nunca me podes amar.
Olha, desculpa-mos todos.
Estou seguindo as directrizes
Do professor Salazar.
(Fernando Pessoa, Poesia (1931–1935 e não datada), pp. 434–436)
08 abril 2011
Iconografia pessoana
05 abril 2011
A elite e os ideais políticos ou religiosos
Desde que um homem capaz de fazer obra de escol, isto é, de ciência ou de arte, põe a sua capacidade ao serviço de um ideal religioso ou de um ideal político, trai a sua missão. Um católico não pode examinar o texto do Novo Testamento, pois fatalmente o não poderá examinar com isenção. O estudo de um regime monárquico não pode decentemente ser feito por um republicano — nem por um monárquico.
(Fernando Pessoa, Fernando Pessoa: O Guardador de Papéis, p. 258)
Etiquetas:
* Fernando Pessoa (ortónimo),
Arte,
Bíblia,
Ciência,
Cristianismo,
Elite,
Ideologias,
Igreja Católica,
Monarquia,
Política,
República
03 abril 2011
149 anos da publicação de Os Miseráveis (1862)
[...] obra intolerável do infeliz chamado Victor Hugo [...]
(Ricardo Reis, Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação, 353)
Etiquetas:
* Ricardo Reis,
França,
Heterónimos e afins,
Livros
01 abril 2011
Dia das Mentiras
Não se preocupem comigo: também tenho a verdade.
Tenho-a a sair da algibeira como um prestidigitador.
Tenho-a a sair da algibeira como um prestidigitador.
(Álvaro de Campos, Poesia, 110, p. 379)
Etiquetas:
* Álvaro de Campos,
Heterónimos e afins,
Mentira,
Verdade
Subscrever:
Mensagens (Atom)