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23 abril 2011

395 anos da morte de William Shakespeare (1616) e, talvez, 447 anos do seu nascimento (1564)*

O homem está acima do cidadão. Não há Estado que valha Shakespeare.

(Fernando Pessoa, Aforismos e afins, p. 64)



* A data de nascimento de Shakespeare não é conhecida com exactidão, mas sabe-se que foi baptizado a 26 de Abril, sendo nessa altura habitual o baptismo ocorrer ao segundo ou terceiro dia de vida da criança; a tradição mantém que o escritor morreu no dia do seu 52.º aniversário.
Miguel de Cervantes morreu também a 23 de Abril de 1616, mas note-se que não no mesmo dia de Shakespeare: nessa altura a Inglaterra seguia ainda o calendário juliano, e não o gregoriano (adoptado no mundo católico em 1582), pelo que o autor inglês morreu 10 dias depois do espanhol (a 3 de Maio, segundo o calendário gregoriano).
A coincidência (aparente) das datas foi um forte incentivo (entre outros) para que o dia 23 de Abril fosse declarado Dia Mundial do Livro.

16 fevereiro 2011

Ciência, Religião e Moral

A ciência é a única força intelectual moderna — a única coisa capaz de se opor ao ensimesmamento cristão e romântico.

Curioso é que haja quem se lembre de propor a religião, a moral — factos sentimentais — como disciplinas. A disciplina é intelectual. A inteligência é a disciplina do indivíduo. Deve sê-lo da sociedade também.

(Ricardo Reis, Prosa, 71, p. 239)

01 setembro 2009

70 anos da invasão nazi da Polónia e do início da II Guerra Mundial (1939)

A guerra actual é uma guerra entre dois princípios sociológicos, entre dois critérios de civilização. [...] Um desses princípios é representado pela Alemanha; [...]

O princípio representado pela Alemanha resume-se em poucas palavras. É este: A Pátria está acima da Civilização. [...] É claro que um país em que se sustente, acima de todas, esta teoria da civilização deve mostrar características especiais. [...] um estado que ponha a Pátria acima da civilização deve, ipso facto, colocar o Estado acima do Indivíduo, deve, em tudo quanto possa ser, subordinar o indivíduo ao Estado. Assim, sem que possa contestar-se, faz a Alemanha.

É evidente, em seguida, que um critério desta ordem deve ser nitidamente militarista.

(Fernando Pessoa, Ultimatum e Páginas de Sociologia Política, 38, pp. 227–228)

18 abril 2009

Povo

O povo não é educável, porque é povo. Se fosse possível convertê-lo em indivíduos, seria educável, seria educado, porém já não seria povo.

(Fernando Pessoa, Escritos Autobiográficos, Automáticos e de Reflexão Pessoal, p. 375)