(Álvaro de Campos, Poemas Completos de Alberto Caeiro, p. 232)
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27 setembro 2012
Dia Mundial do Turismo
A vida é uma viagem que uns fazem em caixeiros-viajantes, outros em navios em lua de mel, e outros, como eu, em tourists. Eu atravesso a vida para olhar para ela. Tudo é paisagem para mim, como para o bom tourist — campos, cidades, casas, fábricas, luzes, bares, mulheres, dores, alegrias, dúvidas, guerras []. Quero, para aproveitar a minha viagem, sentir o maior número de coisas no mais pequeno espaço de tempo possível. Sentir tudo de todas as maneiras, amar tudo de todas as formas, tocar e ver coisas e não lhes pegar, passar por elas e não olhar para trás — parece-me o único destino digno dum poeta.
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27 setembro 2011
Dia Mundial do Turismo
Sou forasteiro, tourist, transeunte.
E claro: é isso que sou.
Até em mim, meu Deus, até em mim.
E claro: é isso que sou.
Até em mim, meu Deus, até em mim.
(Álvaro de Campos, “Notas sobre Tavira”, Poesia, 157, p. 453)
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29 agosto 2011
De volta ao Norte...
ALENTEJO SEEN FROM THE TRAIN
Nothing with nothing around it
And a few trees in between
None of which very clearly green,
Where no river or flower pays a visit.
If there be a hell, I’ve found it,
For if ain’t here, where the Devil is it?
(Fernando Pessoa, Poesia Inglesa II, 2, p. 12)
[ ALENTEJO VISTO DO COMBOIO
Nada com nada à voltaE umas poucas árvores pelo meio,
Nenhuma delas claramente verde,
Onde nenhum rio ou flor dão o ar da sua graça.
Se por acaso existe um inferno, encontrei-o,
Pois, se não aqui, onde Diabo estará? ]
(tradução nossa)
27 setembro 2010
Dia Mundial do Turismo
Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Viajar! Perder países!
(Álvaro de Campos, Poesia, 34, p. 251)
Viajar! Perder países!
(Fernando Pessoa, Poesia (1931–1935 e não datada), p. 168)
19 agosto 2009
Entre Hel e Gdańsk, o porto recortando-se no horizonte
Eh marinheiros, gajeiros! eh tripulantes, pilotos!
Navegadores, mareantes, marujos, aventureiros!
Eh capitães de navios! homens ao leme e em mastros!
Homens que dormem em beliches rudes!
Homens que dormem co’o Perigo a espreitar plas vigias!
Homens que dormem co’a Morte por travesseiro!
Homens que têm tombadilhos, que têm pontes donde olhar
A imensidade imensa do mar imenso!
Eh manipuladores dos guindastes de carga!
Eh amainadores de velas, fogueiros, criados de bordo!
Homens que metem a carga nos porões!
Homens que enrolam cabos no convés!
Homens que limpam os metais das escotilhas!
Homens do leme! homens das máquinas! homens dos mastros!
Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh!
Gente de boné de pala! Gente de camisola de malha!
Gente de âncoras e bandeiras cruzadas bordadas no peito!
Gente tatuada! gente de cachimbo! gente de amurada!
Gente escura de tanto sol, crestada de tanta chuva,
Limpa de olhos de tanta imensidade diante deles,
Audaz de rosto de tantos ventos que lhes bateram a valer!
Navegadores, mareantes, marujos, aventureiros!
Eh capitães de navios! homens ao leme e em mastros!
Homens que dormem em beliches rudes!
Homens que dormem co’o Perigo a espreitar plas vigias!
Homens que dormem co’a Morte por travesseiro!
Homens que têm tombadilhos, que têm pontes donde olhar
A imensidade imensa do mar imenso!
Eh manipuladores dos guindastes de carga!
Eh amainadores de velas, fogueiros, criados de bordo!
Homens que metem a carga nos porões!
Homens que enrolam cabos no convés!
Homens que limpam os metais das escotilhas!
Homens do leme! homens das máquinas! homens dos mastros!
Eh-eh-eh-eh-eh-eh-eh!
Gente de boné de pala! Gente de camisola de malha!
Gente de âncoras e bandeiras cruzadas bordadas no peito!
Gente tatuada! gente de cachimbo! gente de amurada!
Gente escura de tanto sol, crestada de tanta chuva,
Limpa de olhos de tanta imensidade diante deles,
Audaz de rosto de tantos ventos que lhes bateram a valer!
(Álvaro de Campos, “Ode Marítima”, Poesia, 18, pp. 117–118)
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18 agosto 2009
Atravessando a Mazóvia de comboio
Azuis os montes que estão longe param.
De eles a mim o vário campo ao vento, à brisa,
Ou verde ou amarelo ou variegado,
Ondula incertamente.
Débil como uma haste de papoila
Me suporta o momento. Nada quero.
Que pesa o escrúpulo do pensamento
Na balança da vida?
Como os campos, e vário, e como eles,
Exterior a mim, me entrego, filho
Ignorado do Caos e da Noite
Às férias em que existo.
De eles a mim o vário campo ao vento, à brisa,
Ou verde ou amarelo ou variegado,
Ondula incertamente.
Débil como uma haste de papoila
Me suporta o momento. Nada quero.
Que pesa o escrúpulo do pensamento
Na balança da vida?
Como os campos, e vário, e como eles,
Exterior a mim, me entrego, filho
Ignorado do Caos e da Noite
Às férias em que existo.
(Ricardo Reis, Poesia, II, 126, p. 125)
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15 agosto 2009
Amanhã parto para a terra do Rei Ubu*
Faz as malas para Parte Nenhuma!
* «L’action se passe en Pologne, c’est-à-dire nulle part.» (Alfred Jarry, Ubu roi, 1896)
(Álvaro de Campos, Poesia, 177, p. 479)
* «L’action se passe en Pologne, c’est-à-dire nulle part.» (Alfred Jarry, Ubu roi, 1896)
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