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17 junho 2012

Certezas

Distinguirei, no fenómeno chamado certeza, a parte subjectiva e a objectiva — a certeza em si, e aquilo de que há certeza. Considerada em si, a certeza nada vale. Nenhum de nós tem mais certeza de ter diante de si esta página que tem um perseguido de estar sendo perseguido por numerosos «inimigos», ou um megalómano de ser Jesus Cristo, ou Deus, ou Imperador do Mundo. O lugar das certezas absolutas, inteiras, que não sentem dúvida nem hesitação, é o manicómio.

(Fernando Pessoa, Textos Filosóficos, vol. II, p. 246)

04 março 2011

Dia Mundial da Matemática

[...] Tanto os puros matemáticos como os leigos em matemática tendem a atribuir a esta ciência um carácter de «certeza» que não é necessariamente exacto. A matemática é uma linguagem perfeita, mais nada. [...]

(Álvaro de Campos, “O que é a Metafísica?”, Crítica, p. 232)

02 março 2010

O tédio e as certezas

O tédio... Quem tem Deuses nunca tem tédio. O tédio é a falta de uma mitologia. [...] Sim, o tédio é isso: a perda, pela alma, da sua capacidade de se iludir, a falta, no pensamento, da escada inexistente por onde ele sobe sólido à verdade.

(Bernardo Soares, Livro do Desassossego, 263, p. 260)

01 julho 2009

As incertezas dos tempos que correm

Que lindo dia o que vemos!
Mas, como estes tempos vão,
É bom que não confiemos...
É melhor dizer que temos,
Não um dia de verão,
Mas um dia de veremos.

(Fernando Pessoa, “Diferença de Pessoa”, Poesia (1931–1935 e não datada), p. 486)