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10 novembro 2012

121 anos da morte de Arthur Rimbaud (1891)

Invejo a tua vida arremessada,
Atirada p’ra longe, p’ra perder-se...
Vida que abre as velas, e ei-la a encher-se
De si sem pensar em ter uma chegada,
E de estar longe sem pensar em ver-se.

Invejo a tua vida e tenho dela
Que não foi minha, como que saudades,
Descem em mim obscuras ansiedades
Um mar em mim tormentas em capela
Feitas das minhas ocas saciedades.

Possuidor do Longe que sonhaste,
Torturado por tua imperfeição...
Não sei porque tu não viveste são
Flor que tanto soube ser alta na haste
Que em vício e sombra... mas desabrochaste
E a tua vida foi o teu perdão.

(Fernando Pessoa, “A Vida de Arthur Rimbaud”, Poesia (1902–1917), pp. 141–142)

10 junho 2010

Dia de Portugal...

O POVO PORTUGUÊS


Talvez que seu coração
Dorme na passividade
De viver só na saudade
Numa saudosa ilusão.

(Fernando Pessoa, Poesia (1902–1917), p. 49)

O passado mitificado

Ah, não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram!

(Bernardo Soares, Livro do Desassossego, 92, p. 121)