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02 novembro 2012

1 ano do atentado contra a redacção do semanário satírico francês Charlie Hebdo (2011)

Torturador obscuro, tomo ódio
A esta ridente humanidade toda,
Folgo de lhes pensar torturas na alma,
Com que perdessem esse riso e até
As lágrimas na dor e no pavor.

(Fernando Pessoa, Fausto — Tragédia Subjectiva, 17)

21 outubro 2012

207 anos da Batalha de Trafalgar (1805)

[...] Também no terceiro período a Inglaterra nada criou de civilizacional; criou a sua própria grandeza e nada mais — visto que a hegemonia europeia tem sido mais sua do que de outra nação no século XIX, conforme o vincaram para a história Nelson, em Trafalgar, e Wellington, em Waterloo.

(Fernando Pessoa, “A Nova Poesia Portuguesa sociologicamente considerada”, Crítica, p. 11)

14 julho 2012

223 anos da Tomada da Bastilha (1789)

As revoluções, como vimos, baseiam-se num sentimento forte de injustiça, sentimento que se torna geral. Ora um sentimento geral e forte de injustiça gera por força ideias absurdas. Em 1.º lugar, um sentimento forte é uma condição negativa para a lucidez; quem estuda apaixonadamente (salvo no sentido de entusiasmo intelectual) um problema, estuda-o sempre mal. Em 2.º lugar, um sentimento de injustiça envolve sempre um ódio ou rancor a quem a pratica; e a teoria nascida, ou adaptada, por esse sentimento tenderá fatalmente a ser excessiva no sentido contrário — não só a desfazer a injustiça, como a castigá-la, isto é, a ferir e vingar-se nos que a praticam, ou se supõe que a praticam. Resultará uma teoria tão injusta como a prática a que essa teoria se contrapõe. Em 3.º lugar, os problemas que uma revolução busca resolver são sempre problemas sociais, todos, por natureza, de uma grande complexidade. Ora, uma teoria de contra-injustiça, para ser geralmente sentida, tem que ser simples; porque o geral da humanidade não pode compreender ideias complexas. A teoria tem portanto que ser inadaptável à complexidade do problema.

(Fernando Pessoa, Ultimatum e Páginas de Sociologia Política, 48, pp. 258–259)

09 dezembro 2011

Alemanha, França e Reino Unido mantêm o impasse na resolução da situação europeia

O que é preciso ter é [...] uma noção do meio internacional, de não ter a alma (ainda que obscuramente) limitada pela nacionalidade. [...] É preciso ter a alma na Europa.

(Fernando Pessoa, Pessoa Inédito, 180, p. 314)

20 novembro 2011

204 anos da entrada de Junot em Portugal, início da Primeira Invasão Francesa (1807)

[...] O «mal-francês» é o mal produzido pelos franceses, isto é, as invasões francesas. Depois delas ficou Portugal em subordinação da Inglaterra, a «leoa», em cujo poder receia o Bandarra que Portugal fique. [...]

(Fernando Pessoa, “Trovas do Bandarra”,
Sobre Portugal — Introdução ao Problema Nacional, 43, p. 153)

03 abril 2011

149 anos da publicação de Os Miseráveis (1862)

[...] obra intolerável do infeliz chamado Victor Hugo [...]

(Ricardo Reis, Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação, 353)

05 outubro 2010

Monarquia Portuguesa vs. Primeira República: descubra as diferenças

[...] A República Velha falhou mesmo como fenómeno destrutivo: destruiu mal e destruiu por maus processos.

Destruiu mal porque destruiu pouco. Destruir a Monarquia não é só tirar o Rei: é também, é sobretudo substituir os tipos de mentalidade governantes por outros tipos de mentalidade. [...]

(Fernando Pessoa, Da República (1910–1935), 98, p. 243)



A República Velha nada alterou das tradições desonrosas da Monarquia. Mudou apenas a maneira de cometer os erros; os erros continuaram sendo os mesmos. Em vez de um regime católico, um regime anticatólico, isto é, um regime que logo arregimentava como inimigos os católicos. Em vez de uma República portuguesa, de um regime nacional, uma república francesa em Portugal. E assim como a Monarquia Constitucional havia sido um sistema inglês (ou anglo-francês) sobreposto à realidade da Pátria Portuguesa, a República Velha foi um sistema francês sobreposto à mesma realidade pátria. No que respeita aos erros de administração — a incompetência, a imoralidade, o caciquismo — ficámos na mesma, mudando apenas os homens que faziam asneiras, que praticavam roubos e que escamoteavam “eleições”. De sorte que a República Velha era a Monarquia sem Rei. [...]

(Fernando Pessoa, Da República (1910–1935), 101, p. 249)

14 julho 2010

221 anos da Revolução Francesa (1789)

Nenhuma nação se pode transformar senão em várias gerações. As revoluções nada transformam, apenas trazem a transformação. A Revolução Francesa atrasou o povo francês perto de cinquenta anos; o seu único produto visível mais próximo foi (curiosa ironia) meramente literário, e, ainda assim, o romantismo francês, primeira obra positiva da Revolução, surgiu, antes de mais nada e apesar de sofrendo da indisciplina mental que essa revolução causou, como reacção contra essa Revolução.

(Fernando Pessoa, Sobre Portugal — Introdução ao Problema Nacional, 11, pp. 113–114)

22 junho 2010

70 anos da capitulação da França perante a Alemanha Nazi (1940)

Tu, «esforço francês», galo depenado com a pele pintada de penas! (Não lhe dêem muita corda senão parte-se!)

(Álvaro de Campos, “Ultimatum”, Prosa Publicada em Vida, p. 280)

14 julho 2009

220 anos da tomada da Bastilha (1789)

Visando o estabelecimento da liberdade, a Revolução Francesa suprimiu-a toda; inverteu os termos da opressão, nada mais.

(Fernando Pessoa, Ultimatum e Páginas de Sociologia Política, 48, p. 258)




A Revolução Francesa foi um renascimento do Cristianismo. O seu célebre triplo lema é o lema substancial da sensibilidade cristã. Liberdade, Igualdade, Fraternidade — outros não são os ensinamentos essenciais do Evangelho jesuísta.

(Ricardo Reis, Prosa, 5, p. 61)