(Álvaro de Campos, “Ritmo Paragráfico”, Poemas Completos de Alberto Caeiro, p. 273)
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02 dezembro 2012
68 anos da morte de Filippo Tommaso Marinetti (1944)
[...] incrível idiotia de Marinetti, cuja banalidade mental lhe não permitia inserir qualquer ideia no ritmo irregular, porque lhe não permitia inseri-la em coisa nenhuma e lhe chamou «futurismo», como se a expressão «futurismo» contivesse qualquer sentido compreensível. «Futurista» é só toda a obra que dura; e por isso os disparates de Marinetti são o que há de menos futurista.
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28 novembro 2012
Sr. (primeiro-)ministro Vítor Gaspar: aqui tem a sua desculpa, para quando (inevitavelmente) precisar dela!
[...] o mais honesto e desinteressado dos políticos e dos governantes nunca pode saber com certeza se não está arruinando um país ou uma sociedade com os princípios e leis, que julga sãos, com que se propõe salvá-la ou conservá-la.
(Fernando Pessoa, “Régie, Monopólio, Liberdade”, Crítica, p. 281)
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18 novembro 2012
Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada
If we hesitate in pitying the drug fool who saturates cocaine with himself, why should we pity the sillier doper who takes speed instead of cocaine?
[ Se hesitamos em ter piedade do toxicómano idiota que satura a cocaína de si próprio, por que razão haveríamos de ter pena desses toxicómanos ainda mais idiotas que tomam velocidade em vez de cocaína? ]
(Fernando Pessoa, “Erostratus”, Páginas de Estética e de Teoria e Crítica Literárias,
VIII, 35, p. 207; em inglês no original)
VIII, 35, p. 207; em inglês no original)
[ Se hesitamos em ter piedade do toxicómano idiota que satura a cocaína de si próprio, por que razão haveríamos de ter pena desses toxicómanos ainda mais idiotas que tomam velocidade em vez de cocaína? ]
(idem, p. 256; trad. Jorge Rosa, com alterações)
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05 outubro 2012
102 anos da Implantação da República (1910)
O observador imparcial chega a uma conclusão inevitável: o país estaria preparado para a anarquia; para a república é que não estava. Grandes são as virtudes de coesão nacional e de brandura particular do povo português para que essa anarquia que está nas almas não tenha nunca verdadeiramente transbordado para as coisas!
Bandidos da pior espécie (muitas vezes, pessoalmente, bons rapazes e bons amigos — porque estas contradições, que aliás o não são, existem na vida), gatunos com seu quanto de ideal verdadeiro, anarquistas-natos com grandes patriotismos íntimos — de tudo isto vimos na açorda falsa que se seguiu à implantação do regime a que, por contraste com a monarquia que o precedera, se decidiu chamar República.
Bandidos da pior espécie (muitas vezes, pessoalmente, bons rapazes e bons amigos — porque estas contradições, que aliás o não são, existem na vida), gatunos com seu quanto de ideal verdadeiro, anarquistas-natos com grandes patriotismos íntimos — de tudo isto vimos na açorda falsa que se seguiu à implantação do regime a que, por contraste com a monarquia que o precedera, se decidiu chamar República.
(Fernando Pessoa, Da República (1910–1935), 47, p. 149)
O nosso Presidente é que deve saber:
Fotografia de de Natacha Cardoso (Global Imagens)
Por isso, refazemos aqui o calendário de Outubro:
05 janeiro 2012
Continua a não me lembrar nada nem ninguém...
[...] louvores [...] néscios
São-lhe a mesma distância
De todos os seus dias...
São-lhe a mesma distância
De todos os seus dias...
(Ricardo Reis, Poesia, Anexo B, XVa, p. 173)
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02 janeiro 2012
Uma vez mais, não me lembra nada nem ninguém (ano novo, tudo como dantes...)
Ora porra!
[...]
Então é esta merda que temos
de beber com os olhos?
Filhos da puta! Não, que nem
há puta que os parisse.
[...]
Então é esta merda que temos
de beber com os olhos?
Filhos da puta! Não, que nem
há puta que os parisse.
(Álvaro de Campos, Poesia, 22, p. 146)
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28 dezembro 2011
Também não me lembra nada nem ninguém...
[...] passai por baixo do meu Desprezo! [...]
[...]
Passai, frouxos que tendes a necessidade de serdes os istas de qualquer ismo!
Passai, radicais do Pouco, incultos do Avanço, que tendes a ignorância por coluna da audácia, que tendes a impotência por esteio das neo-teorias!
Passai, gigantes de formigueiro, [...]
Passai, esterco epileptóide sem grandezas, histerialixo dos espectáculos, [...]
Passai, bolor do Novo, mercadoria em mau estado desde o cérebro de origem!
Passai à esquerda do meu Desdém virado à direita, [...]
[...]
Passai, «finas sensibilidades» pela falta de espinha dorsal; [...]
[...]
Eu, ao menos, sou uma grande Ânsia, do tamanho exacto do Possível!
Eu, ao menos sou da estatura da Ambição Imperfeita, mas da Ambição para Senhores, não para escravos!
Ergo-me, ante o sol que desce, e a sombra do meu Desprezo anoitece em vós!
[...]
Passai, frouxos que tendes a necessidade de serdes os istas de qualquer ismo!
Passai, radicais do Pouco, incultos do Avanço, que tendes a ignorância por coluna da audácia, que tendes a impotência por esteio das neo-teorias!
Passai, gigantes de formigueiro, [...]
Passai, esterco epileptóide sem grandezas, histerialixo dos espectáculos, [...]
Passai, bolor do Novo, mercadoria em mau estado desde o cérebro de origem!
Passai à esquerda do meu Desdém virado à direita, [...]
[...]
Passai, «finas sensibilidades» pela falta de espinha dorsal; [...]
[...]
Eu, ao menos, sou uma grande Ânsia, do tamanho exacto do Possível!
Eu, ao menos sou da estatura da Ambição Imperfeita, mas da Ambição para Senhores, não para escravos!
Ergo-me, ante o sol que desce, e a sombra do meu Desprezo anoitece em vós!
(Álvaro de Campos, “Ultimatum”, Prosa Publicada em Vida, pp. 282, 283 e 286)
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27 dezembro 2011
Não me lembra nada nem ninguém...
OLIGARQUIA DAS BESTAS
Lama de portugueses, esterco de gente, sem uma ideia grande nem um sentimento generoso, [...]
(Fernando Pessoa, Da República (1910–1935), 75, p. 181)
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11 novembro 2011
93 anos do fim da I Guerra Mundial (1918)
[...] o conflito entre a Brutalidade, representada pelos Alemães, e a Estupidez, que os Aliados encarnavam. [...]
(Fernando Pessoa, “Cinco Diálogos”, Ultimatum e Páginas de Sociologia Política, 65, p. 317)
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18 julho 2010
Igreja Católica atribui a mesma gravidade à pedofilia e à ordenação de mulheres como padres
Maldita seja em toda a parte
A Igreja Católica
Maldita seja, com arte ou sem arte,
A Igreja Católica
E quando alguém por apanhar ar
Tiver uma cólica
E sinta preciso aliviar
Lembre-se sempre de bem cagar
Para a Igreja Católica.
Maldita seja, de rabo à vela,
A Igreja Católica
De toda retrete que seja capela
A Igreja Católica
Há só duas coisas a fazer para aquela
Igreja Católica
Cagar p’ra ela e mijar p’ra ela
Para a Igreja Católica.
Caguemos pois e tudo junto
Para a Igreja Católica
Até que o caso dê assunto
À Igreja Católica
Cagar também, também por cólica
Então ver-se-á e será ouvido
O que tem comido, e o que tem bebido,
O que tem sorvido e engolido
A Igreja Católica.
Notícia relacionada:
«Ordenamento de mulheres é crime a par da pedofilia para o Vaticano» (Público, 16/07/2010)
A Igreja Católica
Maldita seja, com arte ou sem arte,
A Igreja Católica
E quando alguém por apanhar ar
Tiver uma cólica
E sinta preciso aliviar
Lembre-se sempre de bem cagar
Para a Igreja Católica.
Maldita seja, de rabo à vela,
A Igreja Católica
De toda retrete que seja capela
A Igreja Católica
Há só duas coisas a fazer para aquela
Igreja Católica
Cagar p’ra ela e mijar p’ra ela
Para a Igreja Católica.
Caguemos pois e tudo junto
Para a Igreja Católica
Até que o caso dê assunto
À Igreja Católica
Cagar também, também por cólica
Então ver-se-á e será ouvido
O que tem comido, e o que tem bebido,
O que tem sorvido e engolido
A Igreja Católica.
(Joaquim Moura Costa, Pessoa por Conhecer, vol. II, 177, pp. 221–222.)
Notícia relacionada:
«Ordenamento de mulheres é crime a par da pedofilia para o Vaticano» (Público, 16/07/2010)
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28 maio 2010
84 anos da Revolução de 28 de Maio de 1926
Vindos [os republicanos] ao poder, e posta em prática a sua pseudo-reforma, viu logo o país que a abolição da Monarquia não tinha abolido a política monárquica, porque a imoralidade e o caciquismo continuaram. Era a adaptação dos recém-vindos ao meio governativo. Em um país imoral não se pode governar senão imoralmente. É de ordem biológica a razão. [...]
E vendo isto, o país, que é estúpido, virou-se contra os homens da República. É que o país tem a mentalidade dos idiotas e queria milagres. Supunham os portugueses que uma revolução traz benefícios; e supunham bem; mas supunham que os traz logo no dia seguinte [...]. Aquelas mentalidades ainda estavam no milagre. Incapazes de pensar cientificamente, não meditaram que o que se segue a uma revolução é a anarquia, anarquia tão profunda quanto o foi a tirania que a precedeu, e contra a qual reagiu essa revolução; e que só depois de ter passado o período anárquico da revolução é que lentamente chega o período das reformas, para o qual, afinal, a revolução foi instintivamente feita. [...]
E vendo isto, o país, que é estúpido, virou-se contra os homens da República. É que o país tem a mentalidade dos idiotas e queria milagres. Supunham os portugueses que uma revolução traz benefícios; e supunham bem; mas supunham que os traz logo no dia seguinte [...]. Aquelas mentalidades ainda estavam no milagre. Incapazes de pensar cientificamente, não meditaram que o que se segue a uma revolução é a anarquia, anarquia tão profunda quanto o foi a tirania que a precedeu, e contra a qual reagiu essa revolução; e que só depois de ter passado o período anárquico da revolução é que lentamente chega o período das reformas, para o qual, afinal, a revolução foi instintivamente feita. [...]
(Fernando Pessoa, Da República (1910–1935), 98, p. 245)
13 maio 2010
93 anos da primeira “aparição” de Fátima (1917)
Fátima é o nome de uma taberna de Lisboa onde às vezes... eu bebia aguardente.
Um momento... Não é nada disso... Fui levado pela emoção mais que pelo pensamento, e é com o pensamento que desejo escrever.
Fátima é o nome de um lugar da província, não sei onde ao certo, perto de um outro lugar do qual tenho a mesma ignorância geográfica mas que se chama Cova de qualquer santa. Nesse lugar — em um ou no outro — ou perto de qualquer deles, ou de ambos, viram um dia umas crianças aparecer Nossa Senhora, o que é, como toda a gente sabe, um dos privilégios infinitos a que se não parte a corda. Assim diz a voz do povo da província e A Voz sem povo de Lisboa. Deve portanto ser verdade, visto que é sabido que a voz das aldeias e A Voz da cidade de há muito substituíram aquelas velharias democráticas que se chamam, ou chamavam, a demonstração científica e o pensamento raciocinado. Depois de terem passado os últimos rastros do a que o sr. Léon Daudet chamou «o estúpido século dezanove» — embora seu pai houvesse florescido e o mesmo Léon nascido em plena estupidez —, as normas do pensamento e da verificação voltaram à sua normalidade medieval; e assim como passou a haver «liberdades» em vez de «liberdade», assim também passou a haver crenças em vez de crença, fés em vez de fé, e vários outros plurais ainda mais singulares.
O deplorável facto de que uma menina chamada Bernadette Soubirous se antecipara — e no estúpido etc! — a esta notável visão do celestial terrestrizado, despe-nos um pouco o manto, e um pouco nos entorta a coroa, da novidade. Enfim sempre era mesmo de uma Nossa Senhora geograficamente (e cronologicamente) diferente. Já o Chevalier de Cailly perguntava, no século ante-estúpido (o dezoito), dado que sempre que escrevia qualquer coisa, descobria que a Antiguidade a já havia dito, por que não teria essa tal Antiguidade vindo depois dele, pois então teria ele escrito primeiro.
Seja como for, o facto é que há em Portugal um lugar que pode concorrer e vantajosamente com Lourdes. Há curas maravilhosas, a preços mais em conta; há peregrinações que dispensam o comboio (criação do estúpido etc!), e quando, de vez em quando essa reminiscência da Idade Média — a camionete — se volta e alguém morre, há sempre o Diabo a quem acusar — diabolis ex machina —, quando se não queira, por um critério mais objectivo e científico (vide Alfredo Pimenta) reconhecer verdadeiros culpados a magos e bruxos que, como toda a gente sabe, formam o grosso da Maçonaria e da Associação do Registo Civil.
O negócio da religião a retalho, no que diz respeito à Loja de Fátima, tem tomado grande incremento, com manifesto êxtase místico da parte de hotéis, estalagens e outro comércio desses jeitos — o que, aliás, está plenamente de acordo com o Evangelho, embora os católicos não usem lê-lo — não vão eles lembrar-se de o seguir! Com efeito diz-se no Evangelho [de Mateus 6:31–33], cuidando-se de bens materiais, «Buscai-vos o Reino de Deus e todas essas coisas vos serão acrescentadas».
É certo que quem vai a Fátima não vai lá buscar o Reino de Deus, mas o da Nossa Senhora da região — aquela em que está aberto vinho novo. Deus, como se sabe, foi já substituído, sendo o Céu agora governado em regime soviético. Nossa Senhora — a de Lourdes e (ou) a de Fátima — é (place aux femmes!) Comissária do Povo da Saúde Pública. Daí as curas na policlínica da Cova da Iria.
Um momento... Não é nada disso... Fui levado pela emoção mais que pelo pensamento, e é com o pensamento que desejo escrever.
Fátima é o nome de um lugar da província, não sei onde ao certo, perto de um outro lugar do qual tenho a mesma ignorância geográfica mas que se chama Cova de qualquer santa. Nesse lugar — em um ou no outro — ou perto de qualquer deles, ou de ambos, viram um dia umas crianças aparecer Nossa Senhora, o que é, como toda a gente sabe, um dos privilégios infinitos a que se não parte a corda. Assim diz a voz do povo da província e A Voz sem povo de Lisboa. Deve portanto ser verdade, visto que é sabido que a voz das aldeias e A Voz da cidade de há muito substituíram aquelas velharias democráticas que se chamam, ou chamavam, a demonstração científica e o pensamento raciocinado. Depois de terem passado os últimos rastros do a que o sr. Léon Daudet chamou «o estúpido século dezanove» — embora seu pai houvesse florescido e o mesmo Léon nascido em plena estupidez —, as normas do pensamento e da verificação voltaram à sua normalidade medieval; e assim como passou a haver «liberdades» em vez de «liberdade», assim também passou a haver crenças em vez de crença, fés em vez de fé, e vários outros plurais ainda mais singulares.
O deplorável facto de que uma menina chamada Bernadette Soubirous se antecipara — e no estúpido etc! — a esta notável visão do celestial terrestrizado, despe-nos um pouco o manto, e um pouco nos entorta a coroa, da novidade. Enfim sempre era mesmo de uma Nossa Senhora geograficamente (e cronologicamente) diferente. Já o Chevalier de Cailly perguntava, no século ante-estúpido (o dezoito), dado que sempre que escrevia qualquer coisa, descobria que a Antiguidade a já havia dito, por que não teria essa tal Antiguidade vindo depois dele, pois então teria ele escrito primeiro.
Seja como for, o facto é que há em Portugal um lugar que pode concorrer e vantajosamente com Lourdes. Há curas maravilhosas, a preços mais em conta; há peregrinações que dispensam o comboio (criação do estúpido etc!), e quando, de vez em quando essa reminiscência da Idade Média — a camionete — se volta e alguém morre, há sempre o Diabo a quem acusar — diabolis ex machina —, quando se não queira, por um critério mais objectivo e científico (vide Alfredo Pimenta) reconhecer verdadeiros culpados a magos e bruxos que, como toda a gente sabe, formam o grosso da Maçonaria e da Associação do Registo Civil.
O negócio da religião a retalho, no que diz respeito à Loja de Fátima, tem tomado grande incremento, com manifesto êxtase místico da parte de hotéis, estalagens e outro comércio desses jeitos — o que, aliás, está plenamente de acordo com o Evangelho, embora os católicos não usem lê-lo — não vão eles lembrar-se de o seguir! Com efeito diz-se no Evangelho [de Mateus 6:31–33], cuidando-se de bens materiais, «Buscai-vos o Reino de Deus e todas essas coisas vos serão acrescentadas».
É certo que quem vai a Fátima não vai lá buscar o Reino de Deus, mas o da Nossa Senhora da região — aquela em que está aberto vinho novo. Deus, como se sabe, foi já substituído, sendo o Céu agora governado em regime soviético. Nossa Senhora — a de Lourdes e (ou) a de Fátima — é (place aux femmes!) Comissária do Povo da Saúde Pública. Daí as curas na policlínica da Cova da Iria.
(Fernando Pessoa, “Fátima”, Fernando Pessoa: O Guardador de Papéis, pp. 274–277)
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14 março 2010
518 anos da ordem de expulsão dos judeus e muçulmanos de Espanha (1492)
[...] A única inquisição que há hoje é a estupidez...
(Fernando Pessoa, “5 Diálogos”, Ultimatum e Páginas de Sociologia Política, 75, p. 331)
21 novembro 2009
Dia Mundial da Televisão
Não ensines nada, pois ainda tens tudo que aprender.
(Barão de Teive, A Educação do Estóico, p. 42)
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15 outubro 2009
Assembleia da República
[...] estalagem onde riem os parvos felizes [...]
(Bernardo Soares, Livro do Desassossego, 200, p. 206)
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30 setembro 2009
73 anos da criação da Legião Portuguesa (1936)
Plagiamos o fascismo e o hitlerismo, plagiamos claramente, com a desvergonha da inconsciência, como a criança imita sem hesitar. Não reparamos que fascismo e hitlerismo, em sua essência, nada têm de novo, porventura nada de aproveitável, como ideias;
(Fernando Pessoa, Sobre Portugal — Introdução ao Problema Nacional, 8, p. 85)
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24 setembro 2009
Para a classe política que temos, com amor
[...] Todos! todos! todos! Lixo, cisco, choldra provinciana, safardanagem intelectual!
[...]
Agora a política é a degeneração gordurosa da organização da incompetência!
[...]
Agora a política é a degeneração gordurosa da organização da incompetência!
(Álvaro de Campos, “Ultimatum”, Prosa Publicada em Vida, pp. 280/281)
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26 agosto 2009
(I)moralidade e intelecto
Para que um homem possa ser distintivamente e absolutamente moral, tem que ser um pouco estúpido. Para que um homem possa ser absolutamente intelectual, tem que ser um pouco imoral.
(Barão de Teive, A Educação do Estóico, p. 20)
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23 agosto 2009
Dia Europeu de Recordação da Vítimas dos Regimes Totalitários e Autoritários
Saudação a todos quantos querem ser felizes:
Saúde e estupidez!
Isto de ter nervos
Ou de ter inteligência
Ou até de julgar que se tem uma coisa ou outra
Há-de acabar um dia...
Há-de acabar com certeza
Se os governos autoritários continuarem.
Saúde e estupidez!
Isto de ter nervos
Ou de ter inteligência
Ou até de julgar que se tem uma coisa ou outra
Há-de acabar um dia...
Há-de acabar com certeza
Se os governos autoritários continuarem.
(Álvaro de Campos, Poesia, 234, p. 574)
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10 agosto 2009
Opinion makers portugueses
É interessante, embora doloroso, analisar os processos mentais dos argumentados escreventes portugueses. Podem resumir-se em um — a incapacidade de argumento. Tanta lei, tanta lei, e não haver uma lei que proíba o exercício ilegal do raciocínio!
(Fernando Pessoa, Da República (1910–1935), 150, p. 424)
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