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27 março 2013

Dia Mundial do Teatro

Três publicações, afora a nossa, nasceram há pouco para a pretensão de serem lidas.
Uma é a «revista de arte» Teatrália, [...]
[...]
A primeira é especialmente adorável.
É proveniente da iniciativa dos alunos da Escola da Arte de Representar. E é ante-simpática ao mero ainda-não leitor dela porque nos enreda logo com uma vantagem — que os alunos da dita escola enquanto escrevem não representam.
O conhecimento da revista é, porém, um pouco ensombrador desta vantagem antevista. É talvez, e apesar de tudo, melhor que os alunos representem.

(Fernando Pessoa, “3”, Crítica, p. 84)

16 fevereiro 2013

Ecletismo

[...] Se eu gostasse só da minha arte, nem da minha arte gostava, porque vario.

(Álvaro de Campos, “De Newcastle-on-Tyne Álvaro de Campos Escreve à Contemporânea”, Crítica, p. 187)

28 dezembro 2012

117 anos da invenção do cinematógrafo pelos irmãos Lumière (1895)

Except the Germans and the Russians, no one has as yet been able to put anything like art into the cinema. The circle cannot be squared there.

(Fernando Pessoa, “Erostratus”, Páginas de Estética e de Teoria e Crítica Literárias, VIII, 36, p. 209;
em inglês no original)




[ À excepção dos alemães e dos russos, ninguém por enquanto conseguiu insuflar no cinema algo que se pareça com arte. Aí não há como quadrar o círculo. ]

(idem, p. 258; trad. Jorge Rosa, com alterações)

22 dezembro 2012

136 anos do nascimento de Filippo Tommaso Marinetti (1876)

MARINETTI, ACADÉMICO


Lá chegam todos, lá chegam todos...
Qualquer dia, salvo venda, chego eu também...
Se nascem, afinal, todos para isso...

Não tenho remédio senão morrer antes,
Não tenho remédio senão escalar o Grande Muro...
Se fico cá, prendem-me para ser social...

Lá chegam todos, porque nasceram para Isso,
E só se chega ao Isso para que se nasceu...

Lá chegam todos...
Marinetti, académico...

As Musas vingaram-se com focos eléctricos, meu velho,
Puseram-te por fim na ribalta da cave velha,
E a tua dinâmica, sempre um bocado italiana, f-f-f-f-f-f-f-f......

(Álvaro de Campos, Poesia, 102, p. 368)

05 dezembro 2012

Morte de Oscar Niemeyer

Realizo Deus numa arquitectura triunfal
De arco de Triunfo posto sobre o universo,

(Álvaro de Campos, Poesia, 28, p. 236)

02 dezembro 2012

68 anos da morte de Filippo Tommaso Marinetti (1944)

[...] incrível idiotia de Marinetti, cuja banalidade mental lhe não permitia inserir qualquer ideia no ritmo irregular, porque lhe não permitia inseri-la em coisa nenhuma e lhe chamou «futurismo», como se a expressão «futurismo» contivesse qualquer sentido compreensível. «Futurista» é só toda a obra que dura; e por isso os disparates de Marinetti são o que há de menos futurista.

(Álvaro de Campos, “Ritmo Paragráfico”, Poemas Completos de Alberto Caeiro, p. 273)

04 novembro 2012

Clássicos e românticos

A classic is a man who expresses himself; a romantic a man who has a lot of self to express and expresses that but no more. [...]

(Fernando Pessoa, “Erostratus”, Páginas de Estética e de Teoria e Crítica Literárias, VIII, 31, p. 203;
em inglês no original)



[ Um clássico é um homem que se exprime; um romântico, um homem que tem muito de si para exprimir e que o exprime, mas daí não passa. [...] ]

(idem, p. 252; trad. Jorge Rosa, com alterações)

18 outubro 2012

Escrita: supérfluo vs. necessário

Quem escreve para obter o supérfluo como se escrevesse para obter o necessário, escreve ainda pior do que se para obter apenas o necessário escrevesse.

(Fernando Pessoa, Páginas de Estética e de Teoria e Crítica Literárias, VI, 8, p. 126)

01 outubro 2012

Dia Mundial da Música

A música é apenas a forma subtilizada das artes de comunicação social. A música é a forma abstracta de entreter.

(Ricardo Reis, Prosa, 61, p. 211)

30 setembro 2012

Dia Internacional do Direito à Blasfémia*

De que maneira, por que processo reconheceremos o esteta, propriamente tal, na sua obra? Quais são os sinais necessários da aplicação do ideal estético? [...] Como distinguiremos o esteta do [...] revoltado, que procura o pecado só porque é pecado, e blasfema [...] só para ter a consciência da blasfémia? [...]

(Fernando Pessoa, “António Botto e o Ideal Estético em Portugal”, Crítica, p. 179)



* Dia que, desde 2009, celebra o direito à liberdade de expressão, incluindo à crítica e sátira religiosas. A data foi escolhida para coincidir com o aniversário da publicação, em 2005, de uma série de cartoons sobre Maomé num jornal dinamarquês, evento que, meses mais tarde, desencadearia forte polémica no mundo islâmico.

19 agosto 2012

Dia Mundial da Fotografia

Painting will sink. Photography has deprived it of many of its attractions. Futility of silliness has deprived it of almost all the rest. [...]

(Fernando Pessoa, “Erostratus”, Páginas de Estética e de Teoria e Crítica Literárias, VIII, 37, p. 210;
em inglês no original)




[ A pintura afundar-se-á. A fotografia tirou-lhe muitos dos seus atractivos. A futilidade da idiotice tirou-lhe quase tudo o mais. [...] ]

(idem, p. 259; trad. Jorge Rosa)

22 julho 2012

Utilidade e eternidade da Arte

— Só a Arte é útil. Crenças, exércitos, impérios, atitudes — tudo isso passa. Só a arte fica, por isso só a arte vê-se, porque dura.

(Fernando Pessoa, Páginas de Estética e de Teoria e Crítica Literárias, I, 1, p. 3)

10 junho 2012

... de Camões ...

Um grande artista (literário) nota-se aplicando-lhe a seguinte pergunta critica: tem paixão ou imaginação ou pensamento? Por ex. os Lusíadas de Camões têm paixão (o patriotismo), imaginação (o Adamastor, a Ilha dos Amores), mas são falhos de pensamento. [...]

(Fernando Pessoa, “Estética”, Páginas de Estética e de Teoria e Crítica Literárias, VI, 6, p. 122)


Luís de Camões e Fernando Pessoa
Capa de Filipa Canhestro
para a antologia Poetas de hoje e de ontem da Escrit'orio Editora (2007)

29 abril 2012

Dia Internacional da Dança

Meia volta, toda a volta,
Muitas voltas de dançar...
Quem tem sonhos por escolta
Não é capaz de parar.

(Fernando Pessoa, Quadras, I, 109, p. 38)

25 outubro 2011

93 anos da morte de Amadeo de Souza-Cardoso (1918)

Orpheu 3 trará, também, quatro hors-textes do mais célebre pintor avançado português — Amadeu de Sousa Cardoso.
A revista deve sair por fins do mês presente. Para a mala que vem já lhe poderei dar notícias mais detalhadas.

(Fernando Pessoa, Correspondência (1905–1922), 93, pp. 220–221)


Nota: Na fonte usada consta a grafia «Amadeu de Sousa Cardoso», sendo talvez uma actualização feita pela organizadora do volume. No título deste post optou-se pela grafia «Amadeo de Souza-Cardoso» por ser a mais consagrada, sendo inclusivamente a do museu que lhe é dedicado em Amarante, embora nada justifique que não se tenha actualizado a grafia do nome deste autor, tal como, de resto, aconteceu a Luís de Camões, Eça de Queirós ou o próprio Fernando Pessoa.

12 agosto 2011

184 anos da morte de William Blake (1827)

Ah, abram-me outra realidade!
Quero ter, como Blake, a contiguidade dos anjos
E ter visões por almoço.

(Álvaro de Campos, Poesia, 101, p. 367)

25 maio 2011

49 anos da morte de Júlio Dantas (1962)

Um grande artista (literário) nota-se aplicando-lhe a seguinte pergunta critica: tem paixão ou imaginação ou pensamento? [...] (Júlio Dantas nada: não é um grande poeta).

(Fernando Pessoa, “Estética”, Páginas de Estética e de Teoria e Crítica Literárias, VI, 6, p. 122)

05 abril 2011

A elite e os ideais políticos ou religiosos

Desde que um homem capaz de fazer obra de escol, isto é, de ciência ou de arte, põe a sua capacidade ao serviço de um ideal religioso ou de um ideal político, trai a sua missão. Um católico não pode examinar o texto do Novo Testamento, pois fatalmente o não poderá examinar com isenção. O estudo de um regime monárquico não pode decentemente ser feito por um republicano — nem por um monárquico.

(Fernando Pessoa, Fernando Pessoa: O Guardador de Papéis, p. 258)

31 março 2011

284 anos da morte de Isaac Newton (1727)

O que há é pouca gente para dar por isso.


óóóó — óóóóóóóóó — óóóóóóóóóóóóóóó

(O vento lá fora).

(Álvaro de Campos, Poesia, 243, p. 587)

23 dezembro 2010

Arte e Ciência

Science describes things as they are; Art as they are felt, as they are felt to be.

[ A Ciência descreve as coisas como são; a Arte como são sentidas, como se sente que são. ]

(Fernando Pessoa, Páginas de Estética e de Teoria e Crítica Literárias, I, 3, p. 4;
em inglês no original; tradução com alterações)