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19 março 2013
26 dezembro 2012
8 anos do tsunami do Oceano Índico, que matou mais de 230 mil pessoas (2004)
Puseste a crença num Deus justo e bom.
Foi esse Deus que te matou teu filho?
Foi esse Deus que te matou teu filho?
(Fernando Pessoa, Poesia (1918–1930), p. 193)
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18 novembro 2012
Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada
If we hesitate in pitying the drug fool who saturates cocaine with himself, why should we pity the sillier doper who takes speed instead of cocaine?
[ Se hesitamos em ter piedade do toxicómano idiota que satura a cocaína de si próprio, por que razão haveríamos de ter pena desses toxicómanos ainda mais idiotas que tomam velocidade em vez de cocaína? ]
(Fernando Pessoa, “Erostratus”, Páginas de Estética e de Teoria e Crítica Literárias,
VIII, 35, p. 207; em inglês no original)
VIII, 35, p. 207; em inglês no original)
[ Se hesitamos em ter piedade do toxicómano idiota que satura a cocaína de si próprio, por que razão haveríamos de ter pena desses toxicómanos ainda mais idiotas que tomam velocidade em vez de cocaína? ]
(idem, p. 256; trad. Jorge Rosa, com alterações)
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02 novembro 2011
Dia dos “Fiéis Defuntos”
Os mortos! Que prodigiosamente
E com que horrível reminiscência
Vivem na nossa recordação deles!
E com que horrível reminiscência
Vivem na nossa recordação deles!
(Álvaro de Campos, Poesia, 14, p. 102)
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26 abril 2011
30 novembro 2010
75 anos da morte de Fernando Pessoa (1935)
Late F A N Pessoa who is thought to have committed suicide: at least he blew up a country-house in which he was, dying he and several other people. [...]
[ O falecido F A N Pessoa que se supõe ter-se suicidado: pelo menos fez explodir uma casa de campo em que estava, morrendo ele e várias outras pessoas. [...] ]
[ O falecido F A N Pessoa que se supõe ter-se suicidado: pelo menos fez explodir uma casa de campo em que estava, morrendo ele e várias outras pessoas. [...] ]
(Faustino Antunes, Pessoa por Conhecer, vol. II, 22, p. 32;
em inglês no original; tradução com alterações)
em inglês no original; tradução com alterações)
110 anos da morte de Oscar Wilde (1900)
Falar é ter demasiada consideração pelos outros. Pela boca morrem o peixe e Oscar Wilde.
(Bernardo Soares, Livro do Desassossego, 470, p. 413)
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10 setembro 2010
Dia Mundial para a Prevenção do Suicídio
Cansa tanto viver! Se houvesse outro modo de vida!...
(Fernando Pessoa, Aforismos e afins, p. 19)
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08 setembro 2010
2489 anos do início da Batalha de Termópilas (480 AC)*
Nem viúva nem filho lhe pôs na boca o óbolo, com que pagasse a Caronte. [...]
Morreu pela Pátria [...]. Deu a vida com toda a inteireza da alma: [...] por amor à Pátria, não por consciência dela. Defendeu-a como quem defende uma mãe, de quem somos filhos não por lógica, senão por nascimento. Fiel ao segredo primevo, não pensou nem quis, mas viveu a sua morte instintivamente, como havia vivido a sua vida. A sombra que usa agora se irmana com as que caíram em Termópilas, fiéis na carne ao juramento em que haviam nascido.
* Data conjectural
Morreu pela Pátria [...]. Deu a vida com toda a inteireza da alma: [...] por amor à Pátria, não por consciência dela. Defendeu-a como quem defende uma mãe, de quem somos filhos não por lógica, senão por nascimento. Fiel ao segredo primevo, não pensou nem quis, mas viveu a sua morte instintivamente, como havia vivido a sua vida. A sombra que usa agora se irmana com as que caíram em Termópilas, fiéis na carne ao juramento em que haviam nascido.
(Bernardo Soares, “Cenotáfio”, Livro do Desassossego, pp. 423–424)
* Data conjectural
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18 junho 2010
13 junho 2010
122 anos do nascimento de Fernando Pessoa (1888)
Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste;
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.


Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste;
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
(Álvaro de Campos, Poesia, 67, p. 305)

Assinatura de Fernando Pessoa

Carta astral de Fernando Pessoa,
feita pelo próprio
feita pelo próprio
29 maio 2010
510 anos da morte de Bartolomeu Dias (1500)
EPITÁFIO DE BARTOLOMEU DIAS
Jaz aqui, na pequena praia extrema,
O Capitão do Fim. Dobrado o Assombro,
O mar é o mesmo: já ninguém o tema!
Atlas, mostra alto o mundo no seu ombro.
(Fernando Pessoa, Mensagem, Segunda Parte, V, p. 137)
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09 abril 2010
92 anos da Batalha de La Lys (1918)

Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (pormenor)
Painel gravado de José de Almada Negreiros (1961)
Painel gravado de José de Almada Negreiros (1961)
11 novembro 2009
91 anos do fim da I Guerra Mundial (1918)
Por aqueles, minha mãe, que morreram, que caíram na batalha...
Dlôn — ôn — ôn — ôn...
Por aqueles, minha mãe, que ficaram mutilados no combate
Dlôn — ôn — ôn — ôn...
Por aqueles cuja noiva esperará sempre em vão...
Dlôn — ôn — ôn — ôn...
Sete vezes sete vezes murcharão as flores no jardim
Dlôn — ôn — ôn — ôn...
E os seus cadáveres serão do pó universal e anónimo
Dlôn — ôn — on — on...
E eles, quem sabe, minha mãe, sempre vivos [.], com esperança...
Loucos, minha mãe, loucos, porque os corpos morrem e a dor não morre...
Dlôn — dlôn — dlôn — dlôn — dlôn — dlôn...
Que é feito daquele que foi a criança que tiveste ao peito?
Dlôn...
Quem sabe qual dos desconhecidos mortos aí é o teu filho
Dlôn...
Ainda tens na gaveta da cómoda os seus bibes de criança...
Ainda há nos caixotes da dispensa os seus brinquedos velhos...
Ele hoje pertence a uma podridão órfã somewhere in France.
Ele que foi tanto para ti, tudo, tudo, tudo...
Olha, ele não é nada no geral holocausto da história
Dlôn — dlôn...
Dlôn — dlôn — dlôn — dlôn...
Dlôn — dlôn — dlôn — dlôn...
Dlôn — dlôn — dlôn — dlôn — dlôn — dlôn...
Dlôn — ôn — ôn — ôn...
Por aqueles, minha mãe, que ficaram mutilados no combate
Dlôn — ôn — ôn — ôn...
Por aqueles cuja noiva esperará sempre em vão...
Dlôn — ôn — ôn — ôn...
Sete vezes sete vezes murcharão as flores no jardim
Dlôn — ôn — ôn — ôn...
E os seus cadáveres serão do pó universal e anónimo
Dlôn — ôn — on — on...
E eles, quem sabe, minha mãe, sempre vivos [.], com esperança...
Loucos, minha mãe, loucos, porque os corpos morrem e a dor não morre...
Dlôn — dlôn — dlôn — dlôn — dlôn — dlôn...
Que é feito daquele que foi a criança que tiveste ao peito?
Dlôn...
Quem sabe qual dos desconhecidos mortos aí é o teu filho
Dlôn...
Ainda tens na gaveta da cómoda os seus bibes de criança...
Ainda há nos caixotes da dispensa os seus brinquedos velhos...
Ele hoje pertence a uma podridão órfã somewhere in France.
Ele que foi tanto para ti, tudo, tudo, tudo...
Olha, ele não é nada no geral holocausto da história
Dlôn — dlôn...
Dlôn — dlôn — dlôn — dlôn...
Dlôn — dlôn — dlôn — dlôn...
Dlôn — dlôn — dlôn — dlôn — dlôn — dlôn...
(Álvaro de Campos, “Ode Marcial”, Poesia, 23i, pp. 158–159)
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04 agosto 2009
431 anos da Batalha de Alcácer-Quibir (1578)
Quanto é melhor, quanto há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
(Fernando Pessoa, “Liberdade”, Poesia (1931–1935 e não datada), p. 378)

«Fernando Pessoa encontra D. Sebastião num caixão sobre um burro ajaezado à andaluza»
Pintura de Júlio Pomar (1985)
Pintura de Júlio Pomar (1985)
27 julho 2009
39 anos da morte de Salazar (1970)
Há primeiro em todos um alívio
Da tragédia um pouco maçadora de teres morrido...
Da tragédia um pouco maçadora de teres morrido...
(Álvaro de Campos, Poesia, 67, p. 305)
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06 maio 2009
Saiu hoje: relatório da Aliança Europeia de Segurança Infantil
Bem sei que tudo é natural
Mas ainda tenho coração...
Boa noite e merda!
(Estala, meu coração!)
(Merda para a humanidade inteira!)
Na casa da mãe do filho que foi atropelado,
Tudo ri, tudo brinca.
E há um grande ruído de buzinas sem conta a lembrar
Receberam a compensação:
Bebé igual a X,
Gozam o X neste momento,
Comem e bebem o bebé morto,
Bravo! São gente!
Bravo! São a humanidade!
Bravo: são todos os pais e todas as mães
Que têm filhos atropeláveis!
Como tudo esquece quando há dinheiro.
Bebé igual a X.
Com isso se forrou a papel uma casa.
Com isso se pagou a última prestação da mobília.
Coitadito do Bebé.
Mas, se não tivesse sido morto por atropelamento, que seria das contas?
Sim, era amado.
Sim, era querido
Mas morreu.
Paciência, morreu!
Que pena, morreu!
Mas deixou o com que pagar contas
E isso é qualquer coisa.
(É claro que foi uma desgraça)
Mas agora pagam-se as contas.
(É claro que aquele pobre corpinho
Ficou triturado)
Mas agora, ao menos, não se deve na mercearia.
(É pena sim, mas há sempre um alívio.)
O bebé morreu, mas o que existe são dez contos.
Isso, dez contos.
Pode fazer-se muito (pobre bebé) com dez contos.
Pagar muitas dívidas (bebézinho querido)
Com dez contos.
Pôr muita coisa em ordem
(Lindo bebé que morreste) com dez contos.
Bem se sabe é triste
(Dez contos)
Uma criancinha nossa atropelada
(Dez contos)
Mas a visão da casa remodelada
(Dez contos)
De um lar reconstituído
(Dez contos)
Faz esquecer muitas coisas (como o choramos!)
Dez contos!
Parece que foi por Deus que os recebeu
(Esses dez contos).
Pobre bebé trucidado!
Dez contos.
Mas ainda tenho coração...
Boa noite e merda!
(Estala, meu coração!)
(Merda para a humanidade inteira!)
Na casa da mãe do filho que foi atropelado,
Tudo ri, tudo brinca.
E há um grande ruído de buzinas sem conta a lembrar
Receberam a compensação:
Bebé igual a X,
Gozam o X neste momento,
Comem e bebem o bebé morto,
Bravo! São gente!
Bravo! São a humanidade!
Bravo: são todos os pais e todas as mães
Que têm filhos atropeláveis!
Como tudo esquece quando há dinheiro.
Bebé igual a X.
Com isso se forrou a papel uma casa.
Com isso se pagou a última prestação da mobília.
Coitadito do Bebé.
Mas, se não tivesse sido morto por atropelamento, que seria das contas?
Sim, era amado.
Sim, era querido
Mas morreu.
Paciência, morreu!
Que pena, morreu!
Mas deixou o com que pagar contas
E isso é qualquer coisa.
(É claro que foi uma desgraça)
Mas agora pagam-se as contas.
(É claro que aquele pobre corpinho
Ficou triturado)
Mas agora, ao menos, não se deve na mercearia.
(É pena sim, mas há sempre um alívio.)
O bebé morreu, mas o que existe são dez contos.
Isso, dez contos.
Pode fazer-se muito (pobre bebé) com dez contos.
Pagar muitas dívidas (bebézinho querido)
Com dez contos.
Pôr muita coisa em ordem
(Lindo bebé que morreste) com dez contos.
Bem se sabe é triste
(Dez contos)
Uma criancinha nossa atropelada
(Dez contos)
Mas a visão da casa remodelada
(Dez contos)
De um lar reconstituído
(Dez contos)
Faz esquecer muitas coisas (como o choramos!)
Dez contos!
Parece que foi por Deus que os recebeu
(Esses dez contos).
Pobre bebé trucidado!
Dez contos.
(Álvaro de Campos, Poesia, 114, pp. 385–387)
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30 abril 2009
64 anos da morte de Adolf Hitler (1945)
E tudo isto são coisas que nem o suicídio cura.
(Álvaro de Campos, Poesia, 119, p. 394)
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09 abril 2009
91 anos da Batalha de La Lys (1918)
O MENINO DA SUA MÃE
No plaino abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas traspassado —
Duas, de lado a lado —,
Jaz morto, e arrefece.
Raia-lhe a farda o sangue.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.
Tão jovem! que jovem era!
(Agora que idade tem?)
Filho único, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
«O menino da sua mãe.»
Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lha a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.
De outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço... Deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.
Lá longe, em casa, há a prece:
«Que volte cedo, e bem!»
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto, e apodrece,
O menino da sua mãe.
(Fernando Pessoa, Poesia (1918–1930), pp. 252–253)

Caricatura de João Abel Manta (1974)
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