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02 novembro 2012

1 ano do atentado contra a redacção do semanário satírico francês Charlie Hebdo (2011)

Torturador obscuro, tomo ódio
A esta ridente humanidade toda,
Folgo de lhes pensar torturas na alma,
Com que perdessem esse riso e até
As lágrimas na dor e no pavor.

(Fernando Pessoa, Fausto — Tragédia Subjectiva, 17)

30 setembro 2012

Dia Internacional do Direito à Blasfémia*

De que maneira, por que processo reconheceremos o esteta, propriamente tal, na sua obra? Quais são os sinais necessários da aplicação do ideal estético? [...] Como distinguiremos o esteta do [...] revoltado, que procura o pecado só porque é pecado, e blasfema [...] só para ter a consciência da blasfémia? [...]

(Fernando Pessoa, “António Botto e o Ideal Estético em Portugal”, Crítica, p. 179)



* Dia que, desde 2009, celebra o direito à liberdade de expressão, incluindo à crítica e sátira religiosas. A data foi escolhida para coincidir com o aniversário da publicação, em 2005, de uma série de cartoons sobre Maomé num jornal dinamarquês, evento que, meses mais tarde, desencadearia forte polémica no mundo islâmico.

05 junho 2012

569 anos da morte do “Infante Santo” (1443)

D. FERNANDO, INFANTE DE PORTUGAL


Deu-me Deus o seu gládio, por que eu faça
A sua santa guerra.
Sagrou-me seu em honra e em desgraça,
Às horas em que um frio vento passa
Por sobre a fria terra.

Pôs-me as mãos sobre os ombros e doirou-me
A fronte com o olhar;
E esta febre de Além, que me consome,
E este querer grandeza são Seu nome
Dentro em mim a vibrar.

E eu vou, e a luz do gládio erguido dá
Em minha face calma.
Cheio de Deus, não temo o que virá,
Pois, venha o que vier, nunca será
Maior do que a minha alma.

(Fernando Pessoa, Mensagem, Primeira Parte, III, p. 103)

18 dezembro 2011

1 ano da auto-imolação do tunisino Mohamed Bouazizi, início de uma série de protestos e revoluções pelo Médio Oriente e Norte de África (2010)

Eh-lá-hô revoluções aqui, ali, acolá,

(Álvaro de Campos, “Ode Triunfal”, Poesia, 8, p. 88)

23 maio 2011

475 anos da instauração da Inquisição em Portugal (1536)

[...] decaído o arabismo, ficou a parte inferior dele — o fanatismo religioso. Esse, que tinha facilidade demais para entrar para o cristianismo, deu uma das formas crististas mais desoladoramente antipáticas que tem havido — este catolicismo de selvagens da nossa península, esta fé que havia de produzir a Inquisição, esses circenses do povo ibérico. Na parte inarabizada da Península, o Norte, o cristismo fanático dos inquisidores nunca pegou.

(Fernando Pessoa, Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação, 256)

11 setembro 2010

A intolerância de todas as fés

A tolerância é impossível ao crente verdadeiro de qualquer fé [...]. Quem tem a sua religião por verdadeira, e por certa só dentro dela a salvação das almas, não pode senão considerar como um crime de tal vulto, que excede todos os crimes deste mundo, o pregar outra religião, que não essa, ou o desviar dela aqueles que só nela terão sua salvação. Nada há pois que pasmar do espírito perseguidor dos inquisidores, dos puritanos, e de todos quantos têm deveras uma fé que supõem universal. [...]

(Fernando Pessoa, “Bandarra”, Sobre Portugal — Introdução ao Problema Nacional, 86, p. 236)

10 agosto 2010

10 Ago. 610: Laylat al-Qadr, início da “revelação” do Corão a Maomé

Vejo que delirei.

(Fernando Pessoa, Fausto — Tragédia Subjectiva, p. 179)

16 julho 2010

16 Jul. 622: Fuga de Maomé de Meca para Medina (Hégira, início do Calendário Islâmico)

[...] dada a ingenuidade da sua visão, era natural que caísse[] no erro egocêntrico comum a todos os profetas que profetizam com intenção.

(Fernando Pessoa, “Bandarra”, Sobre Portugal — Introdução ao Problema Nacional, 41, p. 147)

Profecias

A existência do dom de profecia é afirmada por muitos e negada por muitos. Na maioria dos casos, ou a linguagem profética é tão obscura que dela se pode fazer aplicação a qualquer facto, ou a abundância de pormenores é tão grande que dificilmente se encontrará um facto a que um ou outro dos pormenores se não possa ajustar. De sorte que o problema fundamental fica na mesma. Os que afirmam a existência do dom profético apontam o facto justificativo; os que lhe negam a existência apontam que qualquer facto, ainda que fosse contrário do que se deu, serviria igualmente, e portanto com igual inutilidade, de justificação.

(Fernando Pessoa, Crítica, p. 530)

08 julho 2010

8 Jul. 1099: 15 000 Cruzados marcham em procissão em redor de Jerusalém para obter ajuda divina na conquista da cidade.

Apossar-te-ás do Império; dominarás em todo o Orbe e os muros de Jerusalém cairão debaixo dos teus ceptros.

(Fernando Pessoa, Sobre Portugal — Introdução ao Problema Nacional, 31, p. 141)

14 março 2010

518 anos da ordem de expulsão dos judeus e muçulmanos de Espanha (1492)

[...] A única inquisição que há hoje é a estupidez...

(Fernando Pessoa, “5 Diálogos”, Ultimatum e Páginas de Sociologia Política, 75, p. 331)

11 março 2010

6 anos dos ataques terroristas islâmicos em Madrid (2004)

[...] não quebrem meu ser, não partam meu corpo,
Não me arremessem, como uma bomba [...] que estoira
Em sangue e carne e alma [...]

(Álvaro de Campos, Poesia, 34, p. 253)

05 dezembro 2009

513 anos do decreto de expulsão dos “hereges” de Portugal (1496)

Que abjecção esta regularidade!

(Álvaro de Campos, “Dactilografia”, Poesia, 181, p. 485)