Não uma santa dos dogmas,
Não uma santa.
Mas uma santa humana, maluca e divina,
Materna, agressivamente materna,
Odiosa, como todas as santas,
Persistente, com a loucura da santidade.
Odeio-a e estou de cabeça descoberta
E dou-lhe vivas sem saber porquê!
[...]
Bruxa de boa intenção...
[...]
Minha Joana de Arc sem pátria!
[...]
Estúpida como todas as santas
E militante como a alma que quer vencer o mundo!
(Álvaro de Campos, “Carry Nation”, Poesia, 123, pp. 399–400)