01 fevereiro 2010

102 anos do Regicídio de D. Carlos (1908)

A maravilhosa beleza das corrupções políticas,
Deliciosos escândalos financeiros e diplomáticos,
Agressões políticas nas ruas,
E de vez em quando o cometa dum regicídio
Que ilumina de Prodígio e Fanfarra os céus
Usuais e lúcidos da Civilização quotidiana!

(Álvaro de Campos, “Ode Triunfal”, Poesia, 8, pp. 83–84)



O Regicídio, e, depois, a Revolução, foram os dois fenómenos que chamaram sobre nós, embora imperfeitamente, a atenção do estrangeiro. Quer dizer: em vez de desconhecidos, passámos a ser mal conhecidos. Antes, nada se sabia de nós; passaram a saber-se de nós coisas inteiramente falsas. O conhecimento que o estrangeiro tem de nós oscila entre o nada e o erro.

(Fernando Pessoa, Pessoa Inédito, 175, p. 309)