Para os Bombeiros de Faro,
Um carro, à falta de assunto,
Que um assunto é sempre caro.
(Pronto-socorro não é,
Mas pronto está, como vê.)
É leve e longo, e o pessoal
É firme e disciplinado,
Nem há pane ou susto tal
Que o tire de estar sentado.
(P’ra andar, meta-o na algibeira
E ande com ele: é a maneira.)
Convém advertir também,
E faço-o sem mais demora,
A vantagem que ele tem
P’ra tempos como os de agora:
Não tem consumo ou dispêndio.
(Não o use em casos de incêndio.)
O BOMBEIRO X
(Fernando Pessoa, Poesia (1931–1935 e não datada), p. 121)