Uma coisa, e uma só, me preocupa: que com este artigo eu contribua, em qualquer grau, para estorvar os reaccionários portugueses em um dos seus maiores e mais justos prazeres — o de dizer asneiras. Confio, porém, na solidez pétrea das suas cabeças e nas virtudes imanentes naquela fé firme e totalitária que dividem, em partes iguais, entre Nossa Senhora de Fátima e o senhor D. Duarte Nuno de Bragança.
(Fernando Pessoa, Escritos Autobiográficos, Automáticos e de Reflexão Pessoal, pp. 201–202)