Sobre os joelhos o deponho
E numa náusea de eu estar triste
Entristeço, relembro, sonho.
[...]
Custa a crer que não hajas. Vai
Pôr-se entre nós o grande muro
Que com a porta onde se sai
Existe a fazer tudo escuro.
E estes versos são o disfarce
Do egoísmo que me humano faz.
Rimo a dor de que tudo passe,
Sorrio. Já te esqueci, rapaz.
(Fernando Pessoa, Poesia (1931–1935 e não datada), pp. 19–20)