06 fevereiro 2013

405 anos do nascimento de Padre António Vieira (1608)

Na palavra falada temos que ser, em absoluto, do nosso tempo e lugar; não podemos falar como Vieira, pois nos arriscamos ou ao ridículo ou à incompreensão. [...]

A palavra escrita, ao contrário, não é para quem a ouve, busca quem a ouça; escolhe quem a entenda, e não se subordina a quem a escolhe.

Na palavra escrita tem tudo que estar explicado, pois o leitor nos não pode interromper com o pedido de que nos expliquemos melhor.

(Fernando Pessoa, “Ortografia”, Pessoa Inédito, 114, pp. 243–244)