O que me dás. Dás-mo. Tanto me basta.
Já que o não sou por tempo,
Seja eu jovem por erro.
Pouco os deuses nos dão, e o pouco é falso.
Porém, se o dão, falso que seja, a dadiva
É verdadeira. Aceito,
Cerro olhos: é bastante.
(Ricardo Reis, Poesia, II, 112, pp. 118–119)
Fotografia de Ofélia Queirós (1900–1991)